Os membros dos BRICS se reuniram em Kazan nesta terça-feira e decidiram a lista de países que podem aderir ao grupo de parceiros do bloco. A Venezuela e a Nicarágua ficaram de fora, uma decisão que coincide com o desejo do Brasil, que não queria a adesão dos dois países no bloco.
Segundo apurou a TV Globo, o governo brasileiro fez pressão política para que os dois países não entrassem na lista. Embora não tenha havido um veto formal, fontes indicam que “os russos sabem da irritação de Lula de Maduro”, presidente da Venezuela, reeleito em uma eleição contestada.
Os BRICS são um grupo de países de economias emergentes originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia e China. A África do Sul entrou em seguida, completando o acrônimo que significa “tijolos” em inglês, simbolizando a construção do futuro global.
No início do ano, outros países aderiam aos BRICS: Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos. A Arábia Saudita também está na lista, mas ainda não concluiu os trâmites para uma adesão formal. A reunião de cúpula em Kazan, na Rússia, continua esta semana.
Os membros do BRICS fecharam a lista de países que podem aderir ao grupo de parceiros do bloco. Estão na lista Argélia, Belarus, Bolívia, Cuba, Indonésia, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Turquia Uganda, Uzbequistão e Vietnã. Os líderes dos países-membros do BRICS discutirão a adesão de cada um dos listados durante um jantar.
Ainda não está definido se todos eles passarão a fazer parte do grupo de parceiros do BRICS. Segundo o blog da Daniela Lima, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou ao seu time de articulação internacional que o Brasil deveria se posicionar contra o ingresso de Venezuela no BRICS. O mesmo recado foi dado pelo assessor especial da Presidência da República e ex chanceler, Celso Amorim, que também se posicionou contra a adesão.
Lula era esperado na cúpula dos BRICS, não viajou por recomendação médica após sofrer uma queda em casa. Apesar do incidente, o presidente está bem de saúde.
Em agosto, as relações entre o Brasil e a Nicarágua foram afetados após o governo nicaraguense decidir expulsar o embaixador brasileiro, Breno Souza da Costa. Em resposta, o governo brasileiro expulsou a embaixadora da Nicarágua em Brasília, Fulvia Matu. A Venezuela, por sua vez, enfrenta forte repressão sob o go verno de Nicolás Maduro e um cenário conturbado com o Brasil e outros atores globais.
O chanceler Mauro Vieira, que chefia a delegação do Brasil em Kazan, deve conversar com o presidente Lula sobre a lista final de países. Também está em pauta a necessidade de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, uma demanda da diplomacia brasileira defendida pelo presidente Lula.
Deixe um comentário