O presidente da França, Emmanuel Macron, fez uma declaração incisiva contra Benjamin Netanyahu e Israel, sugerindo que o país e seu primeiro-ministro estão “semeando a barbárie” em relação ao povo libanês. Essa manifestação ocorreu durante a Conferência Internacional de Apoio à População e à Soberania do Líbano, convocada pelo próprio Macron, que, após sua fala controversa, anunciou um pacote de ajuda financeira para o Líbano.
“Recentemente, muito se tem discutido sobre ‘guerra de civilizações’ ou a necessidade de ‘defender a civilização’. Contudo, não estou convencido de que se defenda uma civilização ao semear a barbárie”, enfatizou Macron.
Além disso, ele se comprometeu a treinar 6.000 oficiais libaneses adicionais e pediu um cessar-fogo, bem como o término dos ataques israelenses às forças de paz da ONU, afirmando que não há justificativa para tais ações.
Os principais propósitos da conferência, conforme mencionado por Macron, eram mitigar o sofrimento humanitário no Líbano e fortalecer as instituições estatais libanesas, incluindo o exército oficial. A França possui vínculos históricos com o Líbano e abriga uma significativa comunidade libanesa.
Em seu discurso inaugural, Macron expressou seu profundo pesar ao afirmar que o Irã, apoiador do grupo militante libanês Hezbollah, havia “mobilizado o Hezbollah contra Israel”, ressaltando que o principal interesse do Líbano era manter-se distante do conflito em Gaza.
A relação entre Benjamin Netanyahu e Emmanuel Macron se deteriorou desde o começo do mês, quando Macron defendeu a suspensão das vendas de armas para Israel. Atualmente, a França não fornece mais armamentos a Tel Aviv. Netanyahu descreveu essa postura como “vergonhosa”, enquanto Macron reiterou o apoio da França ao direito de Israel à legítima defesa.
Apesar de Macron ter se destacado devido a suas declarações controversas, a Conferência Internacional de Apoio à População e à Soberania do Líbano contou com a participação de 53 nações, além da França, e de 20 organizações internacionais. Os principais envolvidos no conflito, Israel e Irã, ficaram de fora do convite.
Fonte: The Guardian, Jornal de Brasília e Perspectiva
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